quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Das perguntas sem respostas


"Tu estás vivo... E basta! A única morte possível é não ter nascido".
Mário Quintana


Um dia resolvi descrer da morte. Faz tempo. Simples assim, como uma maneira de afastá-la. Não é o que se faz com tudo aquilo que não compreendemos?

E, se a morte é tão natural quanto a própria vida, não entendo essa estranheza e a sempre infeliz surpresa: "Morreu? Como? Meu Deus, falei com ele ainda ontem..."

A simples fatalidade deveria ser suficiente. Pois, quando o céu escurece e sabemos que vai chover: chove. Fim. Ninguém se pergunta para onde vai aquela gotinha que caiu lá de cima e some na terra. Só existe a resignada certeza que ela vai cair.

Realmente é melhor descrer completamente nisso tudo, antes de sofrer a pretensão de tentar entender/aceitar. Dá medo. Essas coroas de flores e frases de saudade seriam aranhas carnívoras? Parecia. Se é fim, meio ou recomeço. Tem algum sentido? - ou não. Será que tem lágrima? Riso? Sono? Desaparecem? Eternizam?

Depois de tudo isso, a pergunta mais sincera saiu de uma pequena boca de quatro anos de idade:


_ Por que?










3 comentários:

Unknown disse...

Falar em morte sempre da um frio na barriga, mesmo que não saiba nem quem faleceu ou se conhecia. Sempre imaginamos "comigo e com quem eu gosto isso não vai acontecer, nós nos cuidamos" mas ela sempre vem sorrateira e nos leva embora. São fatos sem explicação onde o "porque isso aconteceu?" fica sempre com a mesma resposta... um balançar de cabeça e lagrimas no olhar.

Aline Wernke disse...

Não vou tentar responder. Eu sou mais feita de porquês do que respostas.

Daniela Kopsch disse...

“A morte não é um período que termina uma existência, mas um interlúdio somente, uma passagem de uma forma para outra do ser infinito.” (Humboldt)

"Well, there must be" (The Smiths)